quinta-feira, 31 de julho de 2014

A Difícil Arte de Educar




Muito se fala em Educação, ou mais apropriadamente, na falta dela... Falta de investimentos no setor, crescente desvalorização do professor, preocupante postura agressiva dos alunos, etc...

Mas vamos analisar o ponto crucial desta questão. O que é educar?  Aprendi que é possibilitar o desenvolver do caráter, a manifestação do que já está dentro...

Acredito que vivemos um momento de crise na educação mas, mais do que isso, vivemos um momento de crise enquanto sociedade humana. Crise de valores...não da falta deles, mas talvez de uma crescente inversão de valores, onde o importante é o “ter” e não o “ser”.

Como educadora, mãe e avó, fico me perguntando se é de mais advogados, economistas, publicitários, administradores, etc,etc,etc que precisamos, ou de homens e mulheres de caráter, tendentes aos bem, felizes, generosos e compreensivos com seus semelhantes e vivendo em harmonia com o planeta em que habitamos e o universo ao qual pertencemos.

Por que a ênfase numa educação voltada prioritariamente ao saber científico e tecnológico, que “preparam” as crianças (coitadas) para “brilharem” no Enem, no vestibular, etc?

Por que não ensinamos mais as crianças a filosofar, por exemplo?

Até quando o “sucesso” e a “realização” de uma pessoa será medida por seu status socioeconômico, pelo seu “poder”, pelo lugar onde mora, pelas roupas (de “marca”) que veste, pelos lugares que frequenta... por tudo aquilo que está “fora” dela e não por aquilo que ela é, sente, proporciona, realiza?

É claro que precisamos de engenheiros, advogados, médicos, administradores, professores, artistas etc,etc, etc...mas que sejam também, e principalmente, homens e mulheres de caráter, educados em valores como o Amor, a Verdade, a Retidão, a Paz interior e a Não violência.

Hoje, quase uma sexagenária...rs, é assim que penso, é nisso em que acredito e tento, todos os dias, colocar em prática em minha vida profissional e pessoal.

E você, em que acredita?



Por Maúcha Quartim, professora de Língua Portuguesa na Escola Sathya Sai de Ribeirão Preto e mãe dos 4bloguistas

terça-feira, 29 de julho de 2014

Os Festivais


 Além do luto literário, a semana passada também foi marcada pelo anúncio do Festival Tomorrowland, um tradicional evento de música eletrônica na Bélgica, que ganha em 2015 a sua versão brasileira, na cidade de ITU, no mesmo local onde foi realizado o SWU. Foi um alvoroço nas redes sociais e os ingressos começarão a ser vendidos ainda esse ano, a partir de Setembro. O Festival acontece entre 1 e 3 de maio de 2015. Pra maiores informações acesse aqui: http://www.tomorrowlandbrasil.com

Mas antes de nos empolgarmos com o tradicional “putzputz”, queria falar pra vocês sobre um outro grande Festival, que acontece em novembro deste ano, nos dias 28 e 29, em São Paulo.

É a segunda edição do POPLOAD Festival, que ano passado trouxe nomes incríveis como The XX, Joe Goddard, mais conhecido pela banda Hot Chip, que tive o prazer de ver em 2007, em outro festival, e The Virgins, que já saíram em turnê com o The Killers.

A edição deste ano promete nomes mais incríveis e um arraso de alegria musical para pessoas que, assim como eu, são amantes da boa música.

No primeiro dia, a festa traz Tame Impala, Pond e Boogarians, pro nosso deleite, e no segundo dia, traz nomes como os da linda baterista e vocalista Anna Prior, do Metronomy, e os tão queridos por mim The Lumineers e Beirut.

E os ingressos já estão acabando , isso mesmo,  estão quase esgotados! Então se você não quer ficar de fora, acho digno correr lá e garantir sua vaga ;) Pra não ficar de fora clica aqui: http://gticket.com.br/sis/eticketeria/lojanew/detalhes_evento.asp?eve_cod=16&tploja=s&usu_id=&pdvWeb=

Para maiores informações do Festival, acesse aqui: http://www.poploadgig.com/edicoes/popload-festival/

E para aquecer:
Metronomy

The Lumineers

Beirut

Até semana que vem...

Por Júlia Quartim












quarta-feira, 23 de julho de 2014

O Buda, as Feiras e a Azeitona


 Este fim de semana foi marcado pela morte de dois grandes nomes no mundo literário: João Ubaldo Ribeiro, autor de um dos meus livros favoritos “A Casa dos Budas Ditosos”, que li quando tinha 18 anos e muita inocência e inexperiência de vida (o que me causou grande impacto) e Rubem Alves, cuja obra não tive grandes oportunidades de conhecer (não valendo frases de efeito de Facebook, OK?). Tivemos também o AVC de Ariano Suassuna esta semana, que se encontra em coma.


Diante destes fatos, e com a proximidade da FLIP - 12ª Festa Literária Internacional de Paraty, é que vou contar pra vocês algumas curiosidades sobre a Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto.

Foram 5 anos fazendo parte desse evento e tendo o prazer de conhecer, não estes grandes, mas outros tantos brilhantes escritores que fazem de mim uma grande amante desta Feira, já que, infelizmente, ainda (quando eu digo ainda é porque nunca sabemos o que pode vir a acontecer, não é mesmo?) não pude ter a oportunidade de trabalhar, ou mesmo participar da FLIP, quem sabe um dia!

São tantos os nomes que fica difícil aqui enumerá-los, mas vou contar de um em especial.
Em comum com a festa de Paraty, quero citar Marcelo Rubens Paiva, um escritor fantástico e uma pessoa igualmente maravilhosa.

Designada a cuidar dos autores em seus “Salões de Ideias”, fiquei incumbida de acompanhá-lo pessoalmente, desde a saída do hotel até as proximidades do Teatro, onde faria sua palestra. Para minha surpresa, ele, com sua cadeirinha motorizada e super autossuficiente, veio do Hotel direto à Feira e ao meu encontro. Dali, do meio da praça onde fui encontrá-lo, viemos espontaneamente batendo papo e rindo alegremente. Ele confessou que não gosta que o fiquem bajulando, devido a sua “condição” e que, por este e outros motivos, tem sua cadeira de rodas motorizada. Outro motivo é poder (hihi) beber tranquilamente sem a necessidade de passar por bafômetros. Depois, ele foi se esbaldar com o chopp no Pinguim (depois de sua palestra, claro). Após o evento, chovia torrencialmente e eu, muito eficiente modéstia à parte (como diria minha querida falecida vozinha: “convencimento e água benta, cada um toma o seu!”), fui correndo providenciar um guarda-chuva para assim poder dar a volta no quarteirão e leva-lo à choperia. Eis que então ele puxou sua capa de chuva verde oliva e me disse algo como: “Sim, esta é minha capa de chuva e eu pareço uma azeitona”. Rimos os dois e seguimos para o nosso destino.
Esse foi apenas um dos milhares de momentos que tive por essas minhas andanças de eventos por aí.

Não, não fui a FLIP, ainda, mas com certeza muitas historias tenho pra contar.
Quem sabe não conto mais em outro post. Só espero que não seja na morte de mais nenhum grande mestre, rs.

Para mais informações sobre a FLIP, acesse: http://www.flip.org.br/
E para mais informações sobre a feira que cito acima, acesse: http://www.feiradolivroribeirao.com.br/

Até a semana que vem.


Por Júlia Quartim

Gostaria de fazer uma nota de atualização. Eu, muito otimista que sou, não escrevi sobre Ariano Suassuna, na esperança que ele não fosse se encontrar com João Ubaldo e Rubem Alves, mas infelizmente, após o término desse post, ele foi contra meu otimismo e faleceu. Gostaria de deixar aqui registrado, que de todos os três supracitados, só Ariano tive o prazer de conhecer pessoalmente no palco.

 “Arte pra mim não é produto de mercado. Podem me chamar de romântico. Arte pra mim é missão, vocação e festa.” (Ariano Suassuna).

E não é que ele foi lá pro céu festejar???